08 de março é dia de luta!(Março/2024)
8 de março é dia de luta. Inicio esta reflexão trazendo a ideia central do texto. Assim como muitas datas marcadas por um profundo simbolismo, o Dia Internacional da Mulher ganhou uma conotação comercial – flores e chocolates vendidos aos montes. Pois bem, ganhar presentes sempre é muito bom – não é esta a questão. Mas o 8 de março tem um sentido muito mais amplo, complexo, e, principalmente, necessário.
A história desta data nos leva ao ano de 1917. Na Rússia, mulheres trabalhadoras se uniram em protesto por melhores condições de trabalho e de vida, contra a fome e contra os horrores promovidos pela Grande Guerra. Cerca de 90 mil mulheres reuniram-se no movimento histórico que ficou conhecido como “Pão e Paz”. Antes de 8 de março de 1917, diversos movimentos femininos oriundos dos galpões das fábricas já evidenciavam a capacidade de luta das mulheres, e a necessidade de ações voltadas para a igualdade de gênero.
Partir do contexto histórico é sempre fundamental, afinal, uma das funções da História enquanto ciência é, justamente, trazer evidências do passado que nos ajudem a construir um presente e um futuro de maior progresso. As lutas femininas vêm garantindo diversos avanços que permitem vislumbrar um cenário de paridade entre os gêneros. O direito ao voto no Brasil, em 1932, e o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para o combate à violência contra a mulher, como a Lei Maria da Penha, por exemplo, evidenciam conquistas que só foram possíveis através da articulação coletiva de mulheres.
Mas ainda temos muito que avançar. Ainda estamos sujeitas a diversas práticas violentas, sejam elas explícitas ou veladas. Muitos cargos de trabalho ainda oferecem salários menores para mulheres, quando comparados com os destinados aos homens. Nossa capacidade ainda é muito questionada pelo simples fato de sermos mulheres. E transformar esse quadro só é possível mediante um esforço coletivo da sociedade de maneira geral. A garantia da igualdade de gênero é dever de todos e todas.
Assim, retomo minha tese inicial: 8 de março é dia de luta. Queremos respeito e apoio na tarefa de construirmos uma sociedade cada vez menos desigual e mais justa. Flores e chocolates são muito bem-vindos. Mas, além disso, promova conversas de conscientização sobre a importância da igualdade de gênero no progresso da sociedade. Denuncie as violências contra a mulher. Seja atuante no combate à desigualdade entre homens e mulheres. A união faz a força – e a força reside na garantia da Justiça e da Igualdade.
Feliz Dia Internacional da Mulher!
Por Luiza Espindola, Professora de História.