Cultura e entretenimento – conceitos distintos. O primeiro, com um vasto campo de definições que engloba as características de grupos sociais como comportamentos, tradições, hábitos, conhecimentos (de sua língua, culinária, religião, artes, saberes…). Já foi, erroneamente, associado à classe social. Possui elementos materiais, tangíveis e elementos imateriais, impalpáveis como saberes, costumes e hábitos. Ambos, responsáveis por permitir a adaptação de uma sociedade a um determinado ambiente. Do erudito ao popular, o conhecimento, a preservação e a valorização das diversas manifestações culturais é imprescindível para que se mantenham vivos os fenômenos derivados dessa grandiosa herança da humanidade – a formação de identidades.
O segundo, refere-se ao ato de divertir-se, distrair-se, desfrutar de momentos agradáveis, prazerosos. Ambos convergem em aspectos comuns: o desenvolvimento cognitivo, com aprendizagens, habilidades, aprimoramento de linguagens e melhor qualidade/condição de vida.
A arte pode ser entendida como meio de expressão de sentimentos e sensações, pensamentos e convicções. As manifestações artísticas acontecem de diversas maneiras nas diferentes culturas, através de linguagens variadas. Arte deriva do latim Ars, ou Artis, que significa Habilidade. É mutável. Geralmente, ligada ao fator estético, mas está presente desde os primórdios da humanidade, na habilidade de criar objetos e ferramentas até os desenhos no interior das cavernas. Pode ter um sentido sagrado, como pode representar uma crítica a alguma coisa. Pode-se dizer que é algo inato ao ser humano. Os aspectos de um povo podem ser identificados através da sua arte. A riqueza cultural brasileira advém da miscigenação das culturas indígenas, africanas, europeias, latino americanas e asiáticas.
Quando a valorização cultural é trabalhada objetivando entretenimento, pensada através de produções e apresentações artísticas, os resultados são evidentes: experiências memoráveis, aprendizagens sólidas e marcantes. Um caminho para a construção de uma sociedade melhor, mais saudável, sociável e feliz. Valendo-se do fato do jovem de hoje estar mais seletivo, com uma nova forma de consumir mídia, torna-se fundamental um olhar direcionado que possibilite a inserção da cultura juvenil em sala, com projetos que (re) signifiquem o espaço escolar, intensifiquem a reflexão e a crítica, possibilitem e incentivem o acesso a espaços de cultura e lazer, que ampliem sua visão de mundo.
Conduzir essa caminhada é um desafio que envolve parceria entre a escola e a família, com troca, incentivo e valorização do conhecimento e do desenvolvimento das diferentes habilidades identificadas através de uma atuação contínua desde os anos iniciais, de forma expositiva, lúdica e integrada.
Por Faiany Oliveira Chermout,Professora de Arte
