A tão sonhada cura do câncer: como funciona a tecnologia envolvida no processo (Outubro/2024)

É de conhecimento geral que o câncer é uma das doenças que mais mata no mundo. Mas, antes de entender como combatê-lo, é essencial compreender o que ele é. Câncer é o termo utilizado para definir um conjunto de mais de 100 enfermidades que resultam de uma alteração anormal em uma célula. Essa mutação acontece no DNA (molécula que funciona como o grande painel de comandos do nosso organismo). Essa célula cancerígena engana o sistema imunológico e começa a se multiplicar descontroladamente, invadindo tecidos e agredindo diversos órgãos, em um processo denominado metástase, a principal causa de morte por câncer.

Assim, há anos vêm sendo testadas novas formas de combater essa patologia, mas nunca se esteve tão perto de encontrar um tratamento tão eficiente quanto agora, com o desenvolvimento de uma vacina. Ela utiliza a mesma tecnologia da vacina contra a COVID-19, a técnica do RNA mensageiro, mas é personalizada de acordo com o material genético do paciente. Para fabricá-la, os pesquisadores coletam uma amostra do tumor do paciente e outra de sangue para comparar o DNA normal com o defeituoso. Depois, um programa de computador identifica os neoantígenos, estruturas das células cancerosas que são mais fáceis de serem reconhecidas e combatidas pelo sistema de defesa do corpo. Dessa forma, a vacina procura educar o organismo a combater o tumor e, por isso, é chamada de vacina, mesmo sendo usada no tratamento, em vez da prevenção da doença.

Como consequência, o mundo inteiro entrou em uma corrida para alcançar tal inovação, que já está sendo testada e com pesquisas em fases avançadas. O Reino Unido se tornou referência nessa área, tendo investido muito no desenvolvimento das pesquisas, ainda mais após o diagnóstico do Rei Charles com câncer de próstata. Além disso, esse novo método de tratamento tem como principal vantagem os efeitos colaterais, que devem ser muito mais leves do que os da quimioterapia. Entretanto, o que preocupa é o preço, que, por conter várias etapas de produção caras, como o sequenciamento genético, e a quantidade de doses necessárias depender da reação do sistema imunológico do paciente, com certeza não será barato.

Por Maria Eduarda Campello Costa Vezzani, aluna do 9º ano.