Autismo na sua vida: talvez mais presente do que você imagina! (Outubro/2022)

Você conhece alguém com Transtorno do Espectro Autista (TEA)?

Se sua resposta foi “não”, então há muito que lhe contar a respeito, pois certamente uma ou mais pessoas com Autismo devem fazer parte de seu círculo social. O número de diagnósticos no mundo só aumenta conforme pesquisas internacionais e em breve teremos dados estatísticos mais apurados sobre o Brasil, através do IBGE/2022.

Apesar do que se tem visto em séries e filmes a respeito desse tema, pessoas com TEA podem apresentar diferentes sintomas entre si. Algumas se comunicam por fala, outras precisam de sistemas de comunicação alternativa/aumentativa para se expressar. Podem apresentar hiper ou hipo sensibilidade a determinados estímulos do ambiente, seletividade alimentar, alterações de sono, contato visual atípico, dificuldades para compreender figuras de linguagem e para lidar mudanças de rotina, desorganização sensorial etc. Podem ainda apresentar deficiência intelectual ou inteligência acima da média, com habilidades bem impressionantes!

De forma geral, o que há em comum em todas estas pessoas é a presença de comportamentos estereotipados e repetitivos, além de dificuldades sócio comunicativas. A prevalência é maior em homens e as causas ainda não são totalmente conhecidas pela ciência, mas se sabe que fatores genéticos, hereditários e certos fatores ambientais possuem uma forte influência para uma pessoa ter ou não com esta condição. Apesar de tais características, há pessoas com TEA que se destacam em diferentes ramos, como a zootecnista e psicóloga americana Temple Grandin ou o brasileiro cartunista, desenhista, palestrante, roteirista e escritor Rodrigo Tramonte, autor do livro Humor Azul que aborda o lado engraçado do Autismo sob a ótica da experiência pessoal.

Com estas informações, pode ser mais fácil começar a lembrar de alguém ou do parente de um conhecido que condiz com esse quadro, caracterizado por uma alteração do neurodesenvolvimento com a qual uma pessoa já nasce. E sim, os sintomas se manifestam, desde os primeiros anos de vida, mas dependendo do nível de suporte que a pessoa precisa, muitas famílias acabam demorando para perceber que há motivos para procurar por um neurologista/neuropediatra e um neuropsicólogo em busca do diagnóstico. A falta de informação também leva alguns profissionais a aconselharem erroneamente os pais, pedindo-lhes para esperar por mais alguns meses ou anos até que a criança desenvolva as habilidades em atraso por si mesma. Com isso, muitas perdem um tempo precioso de intervenção que fará diferença ao longo de sua vida. É por esta razão que, na dúvida, procurar um profissional especializado é sempre o melhor caminho.

Depois do diagnóstico, conseguir tratamento adequado e multidisciplinar é outra luta das pessoas com Autismo. Especialmente quando se trata de Intervenção ABA (Análise do Comportamento Aplicada), muitas famílias ainda não conhecem os seus tantos benefícios e as que conhecem nem sempre sabem onde ou como conseguir acesso, apesar de já ser uma prática terapêutica presente em todo o Brasil e notadamente conhecida em países com EUA e outros.

É por isso que a informação faz toda a diferença. Informação sobre o Transtorno do Espectro Autista, sobre o diagnóstico, sobre o quanto cada um pode fazer sua parte diminuindo o preconceito, sobre como toda a sociedade pode cobrar o governo por políticas públicas que facilitem o acesso ao tratamento e aos direitos previstos em lei.

Fazer a diferença na vida dessas pessoas, está nas mãos de todos!

Por Monara Eler,