Comprometidos com uma formação de alto nível, sobre educação bilíngue, para TODOS os nossos educadores, fechamos uma parceria com a U-Education (assessoria bilíngue da Unisinos) para o curso ‘Educação Bilíngue e Currículo Integrado’, que se propõe desenvolver competências para o desenho e a implementação de currículos bilíngues integrados na educação básica”.
Assim começou o comunicado 043/2021, de 16 de julho de 2021, enviado a todos os educadores do Colégio Anchieta. O Comunicado apresentava, de modo geral, a organização dos módulos do curso, perspectiva de certificação, carga horária, metodologia, financiamento, enfim, toda uma gama de informações que mostrassem o tamanho do investimento de tempo, de pessoas, de recursos que configurariam uma jornada síncrona e assíncrona de 2 anos.
“Somos seres de travessia”, não é mesmo? Somos feitos do pó da estrada, atendemos pelo nome de peregrinos. Somos aqueles e aquelas que “avançam para águas mais profundas”, que seguimos caminhos traçados por nós ou por outros. Ansiamos pela próxima curva, pela próxima encruzilhada, pela possibilidade de espaços mais largos dentro e fora de nós.
O evangelho é nossa inspiração, nossa travessia é companhia e é acompanhada por Aquele que parece “dormir” tranquilo, na barca, enquanto atravessamos a agitação ou mesmo a calmaria dos mares da vida. Nosso lugar é do movimento, estamos todas na barca. Ele também!
Nossa inspiração é Inácio, pobre peregrino de “alma maior que o mundo”, que buscou o Senhor e o encontrou nos caminhos, nas jornadas, nas travessias, nos passos que abriam novos caminhos, novas relações, novos encantos, que iam quebrando as falsas seguranças da tentação de ficar no castelo, de se contentar com as margens, ficar à beira do caminho. Nossas inspirações estão lá, registradas nas páginas do Padlet.
E nos primeiros contatos com as “profs” (apelidos carinhosos das nossas professoras do curso) foram-se indo embora os primeiros preconceitos, medos, ideias incrustadas, padrões mentais rígidos, pensamentos caducos. Não foi isso que registramos nos primeiros jamboards?
O caminho revela apaixonados pela descoberta, por novos mundos, outras literaturas, outros sotaques, outras gentes. Como educadoras de referência, foi preciso tomar a Megale pela mão e se sentar com ela num canto do caminho, convidar Aranda para tomar um café ou aquele lanchinho dos rápidos intervalos. E ir aceitando desencapsular currículos e cabeças.
O movimento da travessia também fez peregrinos de interioridades, buscadores de corações e desejos. Despertou sonhos e possibilidades, revelou os lugares mais sagrados de encontro, lugares de relações, de dúvidas, de criatividades e parcerias. Curiosidades e ousadias que permitiram encontros com sujeitos heteroglóssicos.
As surpresas, as descobertas, as crenças reviradas, algumas reacendidas, outras apagadas, fizerem não ter mais medo de se perder nas bordas infinitas do Miro. Tudo bem se elas são mesmo infinitas, como as estradas e as travessias! Basta que não estejamos sós. E não estávamos!
Como “peregrinos”, seres de aventura e disposição para o novo, fomos relevando nossa intimidade, abrindo as câmeras (só os mais corajosos), apresentando nossos espaços e as pessoas que os habitavam. Ensaio necessário para assumirmos um maior compromisso com nossos “entregáveis”. Todos eles!
Hoje, depois de 2 anos de muitos e frutuosos estudos, chegamos até aqui. Mas esse aqui e esse agora não são fim de estrada, não são a outra margem. São projetos em expansão carregados de novidade e de entusiasmo. É um aqui e agora novos que nos apronta para práticas de currículos integrados, numa educação
bi ou multilíngue porque acreditamos nessa travessia, nesse caminho e porque compartilhamos de novos ideais e novas competências. É um aqui e agora cheio de possibilidades. E de festa! Porque…
I travelled each and every Highway.
And more, much more than this,
I did it my way!
We did!
Por Angelica Angel, Coordenadora da Formação Cristã.
