Formados para a missão de “ser mais para e com os demais” (Outubro/2024)

Neste mês missionário, recordamos com o Papa Francisco que “os discípulos-missionários de Cristo trazem sempre no coração a preocupação por todas as pessoas, independentemente de sua condição social e mesmo moral. A parábola do banquete nos diz que, seguindo a recomendação do rei, os servos reuniram ‘todos aqueles que encontraram, maus e bons’ (Mt 22, 10). Além disso, os convidados especiais do rei são precisamente ‘os pobres, os estropiados, os cegos e os coxos’ (Lc 14, 21), ou seja, os últimos e os marginalizados da sociedade. Assim, o banquete nupcial do Filho, que Deus preparou, permanece para sempre aberto a todos, porque grande e incondicional é o Seu amor por cada um de nós.¹

Formar para a missão de “convidar a todos para o banquete” é, para nós, formar uma liderança comprometida com o bem comum, capaz de orientar e ordenar as escolas fundamentais da vida, tendo como critério e modelo Jesus Cristo e seu Evangelho. Por isso, formamos pessoas para a liderança inaciana, em constante processo de conversão, abraçando a realidade desde dentro, como pessoas “para e com os demais”. Fazemos isso por meio de um novo modelo de educação, que preza pela excelência para todos e combate a exclusão, a indiferença e as injustiças que ferem os filhos e filhas de Deus, deixando-os fora do banquete da vida.

“A liderança inaciana tem a ver com pessoas e com uma missão. Consiste em assumir o desafio de acompanhar outras pessoas no desenvolvimento de uma missão conjunta, inspirado na forma como Santo Inácio o fez. A experiência de Santo Inácio, de cinco séculos, serve-nos não somente para uma renovação espiritual ou aprofundamento de nossa fé, mas também como caminho de encontro com Deus e forma de tomar decisões que afetam nossa existência”, afirma Pe. José María Guibert, SJ, ex-reitor da Universidade de Deusto, em Bilbao (Espanha). ²

Essa é a compreensão de nossa aluna Isadora Mussi, estudante da 2ª série do Ensino Médio e participante do 7º Encontro de Formação Integral (EFI) da RJE: “O encontro de formação integral transformou completamente minha visão de mundo, incentivando-me a ser uma filha, irmã, amiga, aluna, cidadã e pessoa melhor. As dinâmicas me impactaram muito, mas agora, fora do encontro, elas têm um impacto ainda maior, pois pude aplicá-las nas situações do dia a dia. O encontro definitivamente contribuiu para a construção e desenvolvimento do meu projeto de vida e na busca por uma liderança inaciana.”

“Proporcionar esse espaço de imersão ao longo de dez dias, acompanhando a experiência de vida de Inácio de Loyola, aprofundando-se na espiritualidade e aprendendo, a partir dessas duas grandes dimensões da vida de Inácio, as lições pertinentes para uma liderança inaciana na atualidade — por meio da espiritualidade, do engajamento social, do compromisso com as grandes causas ambientais, e de uma liderança ética e cidadã que também se comprometa com a vivência da vida no presente e futuro — é o compromisso da Rede Jesuíta de Educação ao pensar a formação integral dos nossos estudantes”, destacou o diretor da Rede, professor Fernando Guidini.³

Nas escolas jesuítas, a formação dada pela pedagogia inaciana, alicerçada na experiência dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola, busca formar a pessoa em sua pluridimensionalidade para desenvolver-se plenamente e colocar a vida a serviço dos outros, priorizando os segmentos mais desprezados da humanidade. O Pacto Educativo Global persegue os mesmos objetivos e, para isso, propõe, nas palavras do Papa, “revolucionar” a educação, libertando-a do formalismo e do conteudismo e comprometendo-a com o contexto e os desafios da realidade”, explica o jesuíta Pe. Luiz Fernando Klein, SJ, doutor em Educação e estudioso da Pedagogia Inaciana.

É o que compreende Maria Isabel, também estudante da 2ª série do Ensino Médio e participante do 7º EFI. Ela conta que “através de diversas atividades e dinâmicas, o encontro de formação integral me proporcionou refletir sobre a realidade do mundo e como posso melhorá-lo através do meu projeto de vida. Além disso, pude pensar em meus objetivos e missão, que envolvem o próximo e o meio em que vivo.”

“Não é o muito saber que sacia e satisfaz a alma, mas o sentir e saborear internamente todas as coisas.” Essa máxima inaciana expressa perfeitamente o que vivenciei no Encontro de Formação Integral. Por muitos anos, participei de atividades e projetos de experiências inacianas que, de várias formas, contribuíram para a minha trajetória de fé. O EFI renovou meu ânimo para continuar a caminhada nesta bela missão de educador que, em rede com companheiros de todo o Brasil, partilha da consciência de que um líder não nasce pronto, mas se forma”, conclui Adriano Sanches, professor de História, Ensino Religioso e Atualidades.

¹-Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões – 2024
²-redejesuitadeeducacao.com.br
³-redejesuitadeeducacao.com.br

Por Formação Cristã do Colégio Anchieta, Nova Friburgo, RJ