Infecções Sexualmente Transmissíveis em Adolescentes e Jovens Adultos no Brasil (Fevereiro/2025)

As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos e englobam doenças como herpes genital, sífilis, HPV, HIV/aids, cancro mole, hepatites B e C, gonorreia, clamídia, doença inflamatória pélvica, linfogranuloma venéreo e tricomoníase.

Muitas ISTs apresentam um comportamento silencioso em seu estágio inicial, sem sinais ou sintomas evidentes. Em alguns casos, os sintomas podem desaparecer espontaneamente, o que dá a falsa impressão de cura e pode atrasar o diagnóstico e tratamento. Isso não só agrava as complicações de saúde, como também aumenta o risco de transmissão. Entre os sintomas mais comuns estão feridas genitais ou orais, corrimento genital, verrugas, dor pélvica, ardência ao urinar, lesões na pele e aumento de ínguas.

No Brasil, adolescentes e jovens adultos lideram as estatísticas de ISTs, mesmo representando apenas um quarto da população sexualmente ativa. As maiores taxas de sífilis adquirida estão na faixa etária de 20 a 29 anos, enquanto, entre adolescentes de 13 a 19 anos, a taxa de detecção da doença aumentou 1.654% entre 2010 e 2020. É importante lembrar que os números reais podem ser ainda maiores devido à subnotificação.

Embora o país tenha registrado uma queda geral nos casos de HIV/aids, o índice continua a aumentar entre homens de 15 a 29 anos, representando 53,3% dos infectados de 25 a 29 anos em 2021.

A prevenção é essencial e pode ser eficazmente realizada por meio de estratégias combinadas, como:

  • Uso de preservativos, que além de prevenir ISTs, também atuam como método contraceptivo.
  • Testagem rápida para HIV, sífilis e hepatites B e C, disponível pelo SUS.
  • Vacinas contra HPV e hepatite B.
  • Profilaxias como PEP (pós-exposição) e PREP (pré-exposição) para o HIV.
  • Discussão de novas medidas como a DoxyPEP, uma profilaxia pós-exposição para sífilis, clamídia e gonorreia.

Adolescentes e jovens devem ser incentivados a buscar orientação médica para realização de testes, atualização do calendário vacinal, escolha da melhor forma de prevenção e tratamento adequado de eventuais ISTs. O cuidado deve ser individualizado e focado em informação e conscientização.

Prevenção é o melhor caminho. Procure um médico especializado e cuide da sua saúde sexual com responsabilidade.

Por Patrícia Hottz, Infectologista