Mitos e Verdades sobre a Ginástica Artística (Novembro/2023)
A Ginástica Artística (GA), antigamente chamada de Ginástica Olímpica, teve seus primeiros registros nos anos de 1800, quando o Pai da GA, o alemão Johann Friedrich Ludwig Jahn, levava seus alunos para praticar ginástica ao ar livre, em Hasenheide (Campo dos Coelhos), Berlim.
No Brasil, no século XIX, através da imigração alemã, os ensinamentos do “Jahn” se iniciaram, os equipamentos foram adequados aos parques e escolas, e a prática foi acontecendo e sendo difundida pelo país.
A Ginástica Artística participa dos Jogos Olímpicos, as famosas OLIMPÍADAS, desde a primeira edição da era moderna, em Atenas (1896). É claro, bem diferente da Ginástica praticada hoje em dia, que possui regras, materiais, adaptações e estudos voltados ao esporte.
Como qualquer esporte de alto rendimento, a GA tem suas características próprias e, quando olhamos atletas como, Arthur Zanetti, Daiane dos Santos, Rebeca Andrade, entre outros brasileiros talentosos que fizeram história, costumamos nos questionar sobre as características físicas atreladas a ele. Muitas pessoas comumente associam determinados esportes ao crescimento infantil, acreditando que alguns serão capazes de fornecer uma evolução diferenciada a outros, preferindo assim, colocar as crianças em práticas como basquete ou vôlei, pois seus atletas são fisicamente altos, supostamente, beneficiando o crescimento dos seus filhos.
Quem nunca ouviu: “Não vou colocar meu/minha filho/a na Ginástica Olímpica (Artística), porque ele ficará baixo.”? Pois é! Essa é a visão de quem enxerga somente os atletas de alto rendimento.
O crescimento infantil está ligado a alguns fatores, tais como, genéticos, nutricionais, ambientais, entre outros, e compreendemos que a prática regular de atividades físicas contribui de maneira positiva para tal. Quaisquer atividades físicas ou esportes, quando feitos dentro das normalidades, beneficiam quem os pratica.
A seleção de um/uma ginasta para alto rendimento é feita bem cedo, em torno dos 4 a 8 anos de idade, e uma das características físicas levadas em consideração, é a estatura dos pais, a famosa seleção natural para o esporte. Alguns estudos apontam a estatura mais baixa sendo relacionada ao centro de gravidade mais próximo ao solo, fornecendo um maior equilíbrio para a prática, bem como, membros pequenos otimizam a realização de acrobacias mais complexas, sob um olhar da biomecânica do movimento e os equipamentos utilizados no esporte. Isso não significa que atletas de estaturas mais altas não consigam praticar ou se destacar na GA, porque outros fatores podem levá-los ao alto nível. Assim como, a GA também é utilizada como esporte de lazer, podendo ser praticado por diversas pessoas.
Por fim, um recado:
“Forneçam às crianças o maior número de experiências motoras, em diferentes atividades físicas ou esportes, porque elas terão recursos para levar uma vida independente, autônoma, saudável e feliz, por muito mais tempo, durante a vida toda.”
Por Alessandra Cury de Carvalho, Profissional de Educação Física e Mestre em Saúde da Família.