
O silenciamento das mulheres na sociedade (Março/2024)
Desde o primeiro momento em que o voto foi constitucionalizado no Brasil, durante o século XIX, é notório o silenciamento das mulheres na sociedade, visto que não eram tidas como cidadãs e não tinham direito ao voto. Historicamente, essa exclusão ainda é percebida em muitos ambientes, como o profissional, por exemplo, na qual muitas mulheres são inibidas de falar ou até mesmo constantemente interrompidas, sendo vistas como incapazes de articular um discurso. Dessa forma, as sequelas histórico-sociais e a inércia governamental são fatores determinantes para a pertinência do imbróglio.
Primariamente, é valido destacar que a segregação observada atualmente é reflexo direto de ações e estruturas tomadas ao longo da formação histórica do país. Assim, a mulher sempre foi objetificada e vista como propriedade pelos homens e pela sociedade brasileira, representando o motivo de atitudes até hoje tomadas. O silenciamento nada mais é do que mais uma das consequências da ideologia preconceituosa que modela o pensamento da comunidade e que foi difundido por gerações até ser empregado, por exemplo, no meio profissional, educacional e esportivo da contemporaneidade. Nesse sentido, a série Anne with an E, disponível na plataforma de streaming, que passa em uma fazenda americana séculos atrás, retrata, através de uma jovem nada convencional, como a segregação com a mulher é algo histórico que deve ser combatido, da mesma forma como a protagonista faz. Contudo, fica evidente a necessidade de medidas que transformem esse cenário.
Ao usar a palavra inércia, na física, simboliza dizer que o objeto que entrou nesse estado, se mantem absolutamente estático. Desse modo, ao mencionar uma inércia governamental, significa dizer que o governo não se movimenta perante questões que precisam ser alteradas, como o silenciamento da mulher. A falta de ação pelo Estado é um dos motivos para a pertinência dessa exclusão, já que ele não toma medidas que freiam essa situação, que caracteriza como violência verbal. Nessa ótica, o artigo 5° da Constituição Federal Brasileira assegura os mesmos direitos a todos os cidadãos, de forma igual. Esse inciso não pode, então, ser violento, uma vez que é dever do governo é garantir o comprimento efetivo do que está escrito na constituição e, portanto, deve proteger as mulheres do apagamento, do preconceito e do silenciamento, garantido integridade da cidadania dessa parcela.
Em suma, a problemática segregacionista deve ser mitigada. Logo, é necessário que o Governo Federal, órgão responsável por vigorar as leis e gerir o país, em parceria com o poder Judiciário fiscalize o cumprimento das leis e prima por ações de silenciamento e exclusão. Além disso, os meios midiáticos junto ao governo devem vincular propagandas que desconstruam a imagem da mulher adotada desde antigamente, por meio de instrumentos televisivos e tecnológicos e pelas redes sociais a fim de garantir uma nova ideologia sobre valorização e respeito às mulheres. Somente assim, o cenário visto desde o século XIX não será mais reflexo da atualidade.
Por Laura Mota de Sá, Aluna da 3ª Série do Ensino Médio.