Por aqui se respira diversidade! Como Arte Educadora, nesses quase 15 anos no Casarão Amarelo, tive a oportunidade de ver muitos alunos florirem para a Arte. Gente que tinha talento nato e que, com o passar dos anos, ia refinando e muitas vezes até se profissionalizando nesse caminho. Vi gente que sempre teve interesse e que estava sempre por lá: assistindo uma peça de teatro, participando de uma mostra cultural ou pintando um painel, mas o que quero contar aqui é sobre um grupo muito específico de alunos, aqueles que nunca souberam que gostavam de Arte. Esses sim, fazem parte de um grupo desafiador, e confesso, muito estimados!
Alunos que não gostam muito de realizar as tarefas, fazendo-as com pressa. Valorizam pouco a disciplina e compreendem pouco o motivo de terem de assistir às aulas de Arte e que perguntam,no início do ano letivo: Afinal, pra que serve a ARTE?
Em cada atividade, em cada conversa, em cada planejamento,penso nesses alunos.Vejo seus rostinhos desafiadores, os braços cruzados e a falta de interesse. E é aí que uma linda jornada se inicia.
As aulas vão caminhando, sai um desenho aqui, uma pintura ali, uma nova técnica de aquarela, um quadro, um desenho a carvão, um painel, um jogo teatral e, de repente, como um sopro, são exatamente esses alunos que mais aproveitam e desfrutam do lindo processo de descobrir a ARTE.
Tudo aqui, nesse Casarão, é assim: uma coluna, um entalhe em madeira, um ladrilho geométrico, o enquadramento da paisagem vista pelas janelas. Lentamente, o olhar vai se refinando, se acostumando com a delicadeza de encontrar Arte em toda parte. O mundo vai ganhando cor, detalhe, forma e sentido e, finalmente, os braços cruzados se abrem para um abraço!
Por Ketrine Pinheiro, professora de Artes
