Serviço ao outro através da espiritualidade (Novembro/2022)
Santo Inácio definiu amor, pela primeira vez, através da frase: “O amor consiste mais em obras do que em palavras”. E por meio dessa perspectiva tão humana e sincera, começamos a refletir sobre um amor que é serviço, ou melhor, um amor que em tudo se movimenta, entrega, transforma e espiritualiza.
Nesse entendimento, então, pensemos como exemplo Naquele que é eterno, onipotente, verdadeiro e vivo: Deus. O Pai enviou seu filho para mostrar à humanidade a verdade. E por meio do verbo que se fez carne, refletimos sobre como Jesus, em suas ações, demonstrou misericórdia, fé, entrega e justiça.
Destaco esse exemplo para imaginarmos que o amor de Deus não é algo distante e idealizado, mas sim fruto de ações visíveis, fundamentadas e que faz parte da nossa profissão de fé. Digo isto porque é através dessa obra de amor que devemos nos inspirar.
É a partir dessa ideia que me vi, recentemente, refletindo sobre como minha vida espiritual parecia estar estacionada. Que sensação mais esquisita! Logo eu que rezo diariamente, medito os mistérios do Santo Terço, vou à missa semanalmente… O que mais poderia fazer? Como poderia ser mais espiritual? E, sensível aos sinais, percebi que a inspiração estava bem mais perto do que eu imaginava! Atos, obras, serviços, doações! Claro! Era isso que poderia me fazer mais humana e, consequentemente, mais espiritual.
Aliás, obras nos ajudam a perceber os outros em suas necessidades e, em vista disso, perceber também as nossas necessidades. Posso dizer, com convicção, que a minha formação espiritual Jesuíta me ajudou muito neste passo concreto da fé. Pois, sobretudo através da Pastoral e do Encontro Effatá, descobri que pude e posso amar e servir. Seja através da escuta, das campanhas, arrecadações ou, até mesmo, do próprio acolhimento.
Reforço, portanto, que o serviço nos convida a pensar, como disse anteriormente, em um amor que movimenta, entrega, transforma e espiritualiza. Afinal de contas: o servir movimenta a humanidade. Aprimora, regenera e promove um entendimento sobre como a entrega produz a sensação do melhor que há em nós. Faz com que saiamos do comodismo em busca de satisfazer as necessidades do próximo. Transforma a percepção que temos dos nossos próprios princípios e concepções. E, evidentemente, espiritualiza – uma vez que nos torna imagem e semelhança de Cristo. Eu, Stella, tenho muito a aprender e estou aberta de coração para cada vez mais: amar a ti, Senhor, em todas as coisas e em todas em ti. Em tudo amar e servir.
Por Stella Pecci, antiga aluna da turma de 2016.