Sobrepeso e obesidade (Dezembro/2023)

O ano era 2000, quando entrei pela primeira vez no Casarão Amarelo, e eu mal sabia que esse lugar seria minha segunda casa por tantos e tantos anos. Tantos professores, amigos, tantas experiências, vivências e um milhão de aprendizados compõem a profissional que sou hoje, e hoje, poder escrever uma matéria como nutricionista para esse lugar que tem tanta responsabilidade na minha formação é uma grande honra.

Como nutricionista, tenho o dever de orientar e alertar sobre o problema de saúde pública que enfrentamos atualmente: o crescente aumento nos números de sobrepeso e obesidade, tanto em crianças quanto em adultos.

A cada ano que passa os números relacionados ao sobrepeso e à obesidade vêm aumentando no mundo todo, e no Brasil, mais de 50% da população encontra-se com excesso de peso, e esse problema vai muito além da estética.

O sobrepeso e a obesidade são a porta de entrada para outras doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como hipertensão, diabetes, câncer e doenças cardiovasculares, além de aumentar o cansaço, piorar o sono e reduzir a qualidade de vida como um todo.

O ganho de peso é resultado de um conjunto de fatores genéticos, ambientais e comportamentais, mas sabe-se que ele ocorre pelo balanço energético positivo a longo prazo, ou seja, uma ingestão calórica que ultrapassa o gasto calórico, e com o passar do tempo, o corpo vai armazenando toda essa caloria excedida na forma de gordura, aumentando o peso corporal.

Um dos principais motivos para o crescimento exponencial do número de pessoas com sobrepeso e obesidade é a piora da alimentação de uma forma geral, pelo aumento do consumo de alimentos industrializados, ultra processados e redução do consumo de legumes, vegetais e frutas.

O processo de mudanças e escolhas alimentares vêm se modificando há alguns anos, onde as escolhas são maiores por alimentos com baixa qualidade nutricional, ricos em gorduras e açúcares, como biscoitos recheados, sucos industrializados e refrigerantes, e menor por alimentos in natura.

Essas escolhas têm sido decorrentes da mudança do ritmo de vida, onde as pessoas buscam por praticidade e agilidade em meio à correria do dia a dia e não levam em consideração a qualidade do que estão consumindo.

Outro fator agravante, é o aumento do sedentarismo. Hoje, a maioria dos adultos e crianças não praticam atividades físicas com constância, além de passarem muito tempo sentados assistindo tv ou navegando em redes sociais.

Mas sempre é tempo de recomeçar! Mesmo que a vida seja corrida, é possível adaptar opções práticas e saudáveis e criar bons hábitos para manter a saúde em dia. Comece repensando a sua alimentação, faça atividade física, beba mais água, planeje seu dia a dia e suas refeições, pense em incluir e utilizar como base da sua alimentação alimentos in natura – como frutas, legumes, vegetais e cereais integrais – e evite o consumo frequente de fast foods, alimentos industrializados, bebidas açucaradas e bebidas alcóolicas.

E lembre-se: os seus hábitos de hoje, determinam o seu futuro amanhã!

Por Thaís Calvão Werneck, Nutricionista e antiga aluna.