Um convite à oração (Março/2024)

O Colégio Anchieta tem uma atmosfera conventual de sacralidade que sempre me causou bastante admiração. Aos 10 anos, recebi o divino favor de ser colocado no Colégio pelos meus tios, tendo em vista o desejo de me oferecerem uma formação religiosa e intelectual. E estavam certos! De fato, unida à formação acadêmica, havia uma vida cristã autêntica, proporcionada pela Companhia de Jesus. Recordo-me da presença do Pe. Pecci, sentado em uma cadeira no meio do corredor.

“A sua bênção, padre!”, dizíamos ao passar por ele, apressados para chegar à próxima aula. Com frequência, eu olhava para as janelas que davam para o “claustro”, o jardim interno, e lá estava a imagem de Nossa Senhora, visível para todos, acompanhando o nosso dia a dia, iluminando nossa jornada. O Reitor Pe. Benjamin, figura sóbria, mas de uma bondade paterna, deu-me a Graça da Primeira Comunhão. A Capela cheia. Um dia inesquecível.

Recordo-me do piano de cauda do teatro, me esperando para ressoar as peças de estudo e as apresentações de recitais. Ah, e como não falar do teatro… era só olhar para o alto e víamos o céu! O Anchieta, seguramente afirmo, é um convite à oração.

Não há um só corredor, uma só sala, uma só paisagem que não nos faça perceber a presença de Deus. Um verdadeiro santuário que, ainda que após formado e a vida tenha seguido novos rumos, nunca mais abandonei. É uma Casa de Deus. É uma Casa para mim.

Por Rômulo Escaleira Sally, Advogado e Antigo Aluno.