Um pouco da minha passagem pelo Colégio Anchieta (Janeiro/2024)
Falar sobre o Colégio Anchieta desperta em mim sentimentos que nunca fui capaz de nomear. Lembro-me vividamente da primeira vez que entrei no colégio como aluna. A grandiosidade do casarão amarelo e toda a sua estrutura foram impactantes e, inegavelmente, até assustadoras para uma menina do 4º ano. No entanto, essa imponência, sem dúvida, despertou desde o início um anseio por descobrir as grandes experiências que teria ali.
Estudei no Colégio Anchieta dos 9 aos 17 anos, quando me formei, e além dos conhecimentos adquiridos em sala de aula, a instituição moldou boa parte da pessoa que sou hoje. Em meio às transformações da infância para a adolescência, o acolhimento e suporte constantes oferecidos pelo colégio foram fundamentais para que eu vivesse os melhores anos da minha vida, nutrida de amor e carinho singulares.
Na rotina por vezes exaustiva de estudante, olhar para o esplendor do casarão amarelo sob o lindo céu azul de Friburgo sempre representou para mim um refúgio, um lugar de segurança. Nunca esquecerei cada momento na Pastoral do colégio, cada oportunidade de compartilhar sentimentos, angústias e inseguranças, cada experiência de integração em Monnerat, que me enriqueceu como ser humano. Se hoje sou capaz de lidar com as pressões e sentimentos da vida adulta, é porque a Pastoral me ensinou a ser quem sou, a abrir meu coração e permitir-me ser ajudada. São aprendizados que vão além do ensino acadêmico!
No âmbito acadêmico, o Colégio Anchieta preparou-me para enfrentar o mundo. Se logo após a formatura tive o privilégio de ser aprovada em todas as universidades que almejava e agora estudo na Universidade do Porto, é porque desde cedo aprendi a ter uma mente aberta e sonhar alto, com um coração esperançoso e disposto a impactar positivamente por onde passo. Mais do que a preocupação com um vestibular, o Anchieta nos enriquece com valores que moldam nossa consciência social, solidariedade, espiritualidade e fortalecem as bases de uma formação completa.
Além de tudo isso, a relação pessoal que sempre mantive com professores e funcionários da escola é fruto de um ambiente de afeto e confiança genuínos. Dos muitos valores e ensinamentos ao longo desses anos, trago no coração – e, como uma singela lembrança, também carrego no pulso uma das pulseiras recebidas da pastoral – o ensinamento de ser MAGIS: ser a melhor versão de mim mesma sempre, desafiando-me e evoluindo constantemente para colocar todos os meus dons e talentos a serviço do outro – como na oração de Santo Inácio. Por fim, entre os tantos sentimentos inomináveis sobre o casarão, um é fácil de perceber: o sentimento de orgulho!
Por Maria Eduarda Pires Gonçalves, Antiga Aluna