Uma escola em saída – reforçando a missão e a identidade (Março/2024)

Moacir Gadotti, educador brasileiro, nos faz uma indagação importante, na qual ele mesmo nos responde com uma reflexão que nos remete à importância do respeito ao outro, do saber viver com o outro e o aprender com o outro. Gadotti nos diz: “Como posso sentir-me estrangeiro em qualquer território se pertenço a um único território, a Terra? Não há lugar estrangeiro para terráqueos na Terra. Se sou cidadão do mundo, não podem existir, para mim, fronteiras. As diferenças culturais, geográficas, raciais e outras enfraquecem, diante do meu sentimento de pertencimento à Humanidade.”

Diante de tamanha responsabilidade na formação de cidadãos globais que entendam que todas as ações e comportamentos têm consequências no mundo e no modo em que vivemos, acontece no Casarão um projeto, que envolve os alunos do fundamental II, nomeado como “Anchieta sem fronteiras” cujo objetivo é realizar, dentro do tema proposto para cada série, atividades que oportunizem vivências em saída construindo uma rede de trabalho que se dedique a momentos de reflexão e ação dentro da temática socioambiental, promovendo o multiletramento, ou seja, os múltiplos modos de expressão, a diversidade cultural e cada vez mais a aquisição de habilidades para interpretação do mundo e um olhar mais crítico sobre diferentes temas.

As atividades visam propor contatos lúdicos com os temas, propondo visitas a locais onde o voluntariado e o protagonismo de nossos estudantes sejam estimulados. As atividades estarão ligadas ao projeto de mudança nas relações humanas, sociais e ambientais, promovendo a educação sustentável e ambiental com base no pensamento crítico e inovador, tendo como propósito a formação de cidadãos com consciência local e global, tendo como ponto de orientação as quatro preferências apostólicas universais da Companhia de Jesus. São elas:

  1. Mostrar o caminho para Deus através dos Exercícios Espirituais e do discernimento
  2. Caminhar com os pobres, os descartados do mundo, os vulneráveis em sua dignidade em uma missão de reconciliação e justiça.
  3. Acompanhar os jovens na criação de um futuro promissor.
  4. Colaborar no cuidado com a Casa Comum.

Segundo Klein (2002), “a oferta principal do colégio (jesuíta) é a formação integral (excelência acadêmica, firmeza de caráter, retidão de juízo e da sensibilidade, sentido estético, consciência e compromisso social) que perdurem ao longo da vida. A educação jesuíta deve preparar os alunos para agirem com o “filtro da ética”, para que, diante deste mundo com tantas possibilidades e opções, aprendam a tomar decisões que contribuam na sua formação humana integral.

O Paradigma Pedagógico Inaciano tenta motivar os alunos envolvendo-os como participantes ativos e críticos no processo ensino-aprendizagem. Ele aponta para uma aprendizagem mais pessoal, aproximando as experiências dos alunos e professores, convidando a comunidade escolar uma integração de experiências.

       O projeto Anchieta sem fronteiras busca ir ao encontro do que o Papa    Francisco nos pede: sermos uma escola em saída, no sentido do envolvimento, da partilha e empatia e para tanto estão previstas: realização de práticas em parceria com a escola CEFFA Rei Alberto com visita Técnica ao 3º Distrito e Confecção de Mandala (6º ano), experiência na região de Boa Esperança, integração famílias e escola com parceria com as Escolas Públicas de Boa Esperança (7ºano), acampamento filosófico em Monnerat com a abordagem de temas como sequestro de carbono, efeito estufa e aquecimento global (8ºano).

Que possamos nos contagiar pelo dinamismo de saída, que Deus provoca em nós, para que cada vez mais estejamos diante de uma sociedade cada vez mais fraterna e justa.

Por Elaine M da S Guaralde, Professora e Coordenadora de Cidadania Global.