O Declínio da Leitura na Era Digital: Uma Análise Comparativa entre ‘O Leitor’ e a Realidade Brasileira (Abril/2024)
O filme “O Leitor”, de Stephen Daldry, destaca os desafios enfrentados pela literatura no contexto da Segunda Guerra, na época em que livros eram queimados para impedir a disseminação de conhecimento. Na contemporaneidade brasileira, apesar de não obter mais censuras, observa-se uma preocupante tendência na queda do número de leitores, refletindo em índices que evidenciam uma sociedade cada vez menos engajada com a leitura. Essa problemática se fortalece pelo desenvolvimento tecnológico e desigualdade à educação.
Em primeiro lugar, é importante ressaltar que a ascensão da cultura audiovisual desvia a população da prática da leitura. Com a proliferação de plataformas de “streaming” e redes sociais como o “Instagram”, as pessoas têm acesso imediato a uma ampla variedade de conteúdos visuais, tornando a leitura uma atividade menos atrativa. Essa preferência pelo entretenimento visual muitas vezes supera a dedicação e tempo, elementos que podem ser considerados escassos em uma era dominada pela ansiedade e pela cultura do divertimento passivo.
Além disso, a desigualdade de acesso à educação e a cultura desempenha um papel significativo na caída dos leitores. O livro “Capitão da Areia”, de Jorge Amado, retrata a vida difícil de crianças marginalizadas, que tem acesso limitado à educação e, consequentemente, a leitura. Essa falta de alcance aos livros contribui para a perpetuação de ciclo da exclusão social e diminuição das oportunidades de desenvolvimento pessoal e cultural da população carente. Dessa forma, a desigualdade em respeito ao conhecimento não apenas prejudica essa mazela, mas também contribui para a reprodução das injustiças, exacerbando o declínio do hábito de leitura.
Portanto, é fundamental que essa problemática seja solucionada em nossa sociedade. Cabe então a instituição governamental investir na educação pública de ensino, por meio de bons materiais didáticos e livros, a fim de erradicar a falta de acesso à leitura pela população carente. Cabem também as escolas desenvolverem mais o hábito de ler entre os alunos, por meio de trabalhos que desenvolvam a literatura, com o intuito de fazer com que os aparelhos eletrônicos sejam menos utilizados. Essas ações conjuntas poderão garantir que o mundo da leitura continue a desempenhar um papel crucial na formação pessoal e intelectual na população brasileira.
Por Lívia Melo, Aluna da 2ª Série do Ensino Médio.