Paulo Freire, renomado educador e pensador brasileiro, nos ensinou que o diálogo é uma ferramenta central para a transformação educacional e social. Em uma conversa esclarecedora com suas obras, discutimos como sua metodologia pode evoluir e contribuir para a construção de uma educação inclusiva, crítica e dialógica.
Freire destaca que a educação dialógica deve ser mais do que uma simples técnica pedagógica; ela precisa se tornar um princípio que valorize as diversas perspectivas presentes na sala de aula. Ele defende a promoção de um ambiente educacional em que o conhecimento de cada estudante — advindo de diferentes contextos culturais e sociais — seja respeitado e integrado. Dessa forma, criam-se oportunidades para que todos se sintam incluídos e pertencentes.
Outro ponto central em sua pedagogia é a distinção entre curiosidade domesticada e curiosidade epistemológica. A primeira refere-se à simples memorização de conceitos, sem reflexão, enquanto a curiosidade epistemológica impulsiona educadores e alunos a investigarem e questionarem, permitindo uma compreensão mais profunda do mundo. Para Freire, fomentar essa curiosidade nas escolas é essencial para cultivar um espírito de investigação. Isso pode ser alcançado por meio de projetos interdisciplinares e debates que estimulem a participação ativa dos estudantes.
Quando abordamos a questão da educação ambiental, Freire enfatiza que é necessário diminuir a distância entre o discurso e a prática. A educação ambiental deve ser transversal, integrada em todas as disciplinas, e as escolas devem promover ações concretas que incentivem a sustentabilidade no cotidiano. Ele defende que a comunidade escolar, incluindo pais e responsáveis, precisa ser envolvida nessas iniciativas, garantindo que os valores ensinados na escola se reflitam em casa e na sociedade.
Em suas palavras: “É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática.” Essa reflexão reforça a importância de práticas educacionais que vão além do conteúdo teórico, conectando o ensino com a vida real e o futuro dos alunos.
Paulo Freire nos deixou um legado de esperança, inclusão e transformação. Seu pensamento continua a iluminar caminhos para uma educação que, ao respeitar a diversidade, construa uma sociedade mais justa e humana.
Por Profa. Elaine Machado da Silva Guaralde, Coordenadora de Cidadania Global
Referências
- BOFF, Leonardo. A Águia e a Galinha: Uma Metáfora da Condição Humana. Petrópolis: Vozes, 1997.
- BOFF, Leonardo. O Pescador Ambicioso e o Peixe Encantado: Histórias de Paz e Sabedoria. Petrópolis: Vozes, 2006.
- FREIRE, Paulo. Educação como Prática de Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.
- FREIRE, Paulo; FAUNDEZ, Antonio. Pedagogia da Pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.
- FREIRE, Paulo. Mais do que Nunca: Uma Intervenção Militante. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
- REDESERVIR. Olá, Mundo. Disponível em: https://redeservir.com.br/ola-mundo. Acesso em: 1 ago. 2024.
